Caoa Chery planeja chegar a 50 mil veículos em 2020

Mas 2019 mal passa de 20 mil unidades vendidas; ano vai fechar abaixo da meta de 30 mil

Por PEDRO KUTNEY, AB
  • 10/12/2019 - 18:45
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    Depois de impor ritmo alucinante de crescimento de suas vendas com elevação de 131% de 2017 para 2018 e de novo aumento porcentual parecido entre o ano passado e 2019, chegando à marca de 20 mil veículos emplacados no Brasil, a Caoa Chery já planeja outro salto estratosférico: almeja alcançar o patamar de 50 mil unidades comercializadas em 2020. Com isso, a marca surgida no fim de 2016 – com a sociedade em meio-a-meio entre a chinesa Chery e o brasileiro Grupo Caoa – ficaria na 11ª posição do ranking nacional de emplacamentos, desbancando montadoras que estão há muito mais tempo no País.

    “Nossa estratégia era chegar no mercado muito rápido e fizemos isso com quatro novos carros: o sedã Arrizo 5 e os três SUVs Tiggo 2, 5x e 7. Agora vamos entrar na segunda fase do projeto, saltando para outro nível mais difícil de atingir”, afirma Marcio Alfonso, CEO da Caoa Chery.



    O executivo reconhece, no entanto, que a primeira fase de lançamento da marca sino-brasileira termina abaixo do que era projetado, de fechar 2019 com cerca de 30 mil veículos vendidos. “Nosso resultado é bom, mas o ano foi um pouco mais fraco do que imaginávamos. Devemos dar um novo salto com o plano de abrir mais concessionárias, lançar mais produtos e entrar com mais força no mercado de vendas diretas, que foi o que mais cresceu no ano e tivemos presença fraca, restrita a vendas para PcD (pessoas com deficiência)”, explica Alfonso.

    REDE MAIOR E LOCADORA PRÓPRIA



    Entre os fatores para aquecer as vendas em 2020, a Caoa Chery passará a destinar maiores volumes ao mercado de vendas diretas, por meio da locadora que o próprio Grupo Caoa abriu este mês. Será uma forma de participar do segmento que este ano representa cerca de 45% das vendas de veículos no País.

    “Nossa participação de mercado está crescendo mês a mês, saiu de 0,52% em janeiro passado para 0,83% em novembro, mas se considerar só o varejo, as concessionárias, o porcentual já é maior, sobe para 1,35%. Isso acontece porque temos baixa penetração em vendas diretas, o que deve mudar com a locadora do grupo”, explica Alfonso.

    A rede vem acompanhando o ritmo forte de crescimento da marca: de 25 concessionárias em janeiro de 2018 o número subiu para 65 em janeiro de 2019 e deve alcançar 115 lojas ao fim de dezembro (72 são do próprio Grupo Caoa). O plano é chegar ao fim de 2020 com 142 pontos. “Seguramos um pouco o plano de expansão para garantir crescimento com qualidade. Mas voltamos a acelerar e já fizemos novas parcerias com grandes grupos concessionários, como o Barigui que já abriu quatro concessionárias este mês”, diz o CEO.

    NOVOS PRODUTOS



    Também está no horizonte a constante renovação de produtos. Ainda no primeiro semestre a Caoa Chery vai lançar no Brasil dois novos veículos: um SUV de sete assentos montado em Anápolis (GO), o Tiggo 8 (já apresentado ao público brasileiro no Salão de São Paulo de 2018), e um sedã maior que o Arrizo 5, o Arrizo 6, que vai dividir com o irmão menor a mesma linha de montagem em Jacareí (SP).

    Os SUVs já montados no País, Tiggo 2 e 5x, vão passar por renovação no segundo semestre. E no fim de 2020, segundo Alfonso, dois novos carros devem ser apresentados, mas o lançamento deles deverá acontecer em 2021.

    Este ano a Caoa Chery deu seus primeiros passos no segmento de carros elétricos no Brasil, lançando a versão a bateria do sedã Arrizo 5, importado da China. Mas as expectativas são de avanço lento da nova opção de propulsão por aqui: “Em 2025 a venda de modelos elétricos no País deve representar cerca de 0,5% do mercado brasileiro”, pondera Alfonso. Ainda assim, a empresa continua a estudar planos de executar a montagem de versões elétricas de veículos feitos em Jacareí, aproveitando o impulso que a tecnologia vem ganhando na China, onde a partir de 2020 as montadoras serão obrigadas a concentrar 10% das vendas em modelos elétricos.