Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Trump tenta afastar Brasil e Argentina da China, apontam WSJ e FT

Medida 'terá efeito contraproducente, impulsionando maior alinhamento à China', diz consultoria

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Wall Street JournalFinancial Times e New York Times (reprodução abaixo) dedicaram suas manchetes digitais às tarifas anunciadas por Donald Trump, sobre as importações americanas de aço e alumínio do Brasil e da Argentina.
 
O WSJ destaca que ele "surpreendeu os mercados financeiros e abriu uma nova frente na guerra comercial global". O FT, que ele "reacende tensões comerciais".
 
Os dois jornais financeiros ouvem a economista brasileira Monica De Bolle, da Universidade Johns Hopkins, que avalia que Trump usa as tarifas para pressionar Brasil e Argentina a reduzirem exportações de alimentos para a China —o que poderia favorecer exportadores americanos, no ano eleitoral.
 
O FT ouve ainda Emily Hersh, da consultoria DCDB, de Buenos Aires e Washington, que questiona, na mesma linha: "A alienação da Argentina e do Brasil terá efeito contraproducente para o que Trump está tentando alcançar, impulsionando um maior alinhamento [dos dois países] com a China".

O NYT destaca que o anúncio de Trump "prolonga uma guerra comercial que ele parecia prestes a reduzir". E que "economistas rejeitam a ideia" de que a desvalorização cambial no Brasil e na Argentina "atinge os fazendeiros americanos".

A exemplo do WSJ, o Washington Post afirma em sua chamada que Trump "abre novas frentes na guerra comercial", sublinhando ainda que "a notícia pareceu atordoar o presidente Jair Bolsonaro, que procurou desenvolver laços mais estreitos com os EUA".

A notícia chegou à China, por enquanto com despachos informando secamente sobre os tuítes de Trump e a resposta tênue de Bolsonaro, em sites como Sina.

BEM-VINDO À GUERRA CAMBIAL

As primeiras análises de WP e Bloomberg descrevem a nova frente de Trump como "guerra cambial", questionando sua decisão com o argumento de que as duas moedas, desvalorizadas, indicam que Brasil e Argentina "são os perdedores", não o contrário.

MACRI LEU ERRADO

Na Argentina, o ainda presidente Mauricio Macri não comentou, o que levou os principais jornais a noticiarem a resposta de terceiros. O Clarín ouviu do ministro de Produção, Dante Sica, que o governo "não esperava a medida" e pediu uma reunião com o secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross.

Já o La Nación ouviu do presidente da Aluar, Javier Madanes Quintanilla, "uma das empresas que terá problemas com os aumentos de tarifas", críticas à "má leitura" de Macri sobre o contexto comercial e político internacional. "Há uma inoperância que assusta", segundo o empresário.

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