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Por G1


Pesquisa monitora diversidade no ambiente de trabalho em diversos países, e aponta que a maioria dos trabalhadores não se sente confortável em relatar à empresa casos de discriminação por gênero, etnia e orientação sexual — Foto: Monty Rakusen/Cultura Creative

Uma pesquisa feita com mais de 18 mil pessoas revela que, se presenciar situações de discriminação não é algo incomum no ambiente de trabalho, o mesmo não se pode dizer em relação a relatar esse tipo de caso à empresa. Segundo o levantamento, a proporção de pessoas que dizem já ter visto ou vivenciado discriminação no trabalho é de 80%. Ao mesmo tempo, 1 em cada 3 pessoas dizem se sentir encorajados a levar o assunto ao departamento de Recursos Humanos (RH).

O levantamento foi feito pela Kantar com trabalhadores de 24 setores diferentes em 14 países - incluindo o Brasil. Entre os entrevistados, 25% responderam que se sentiram assediados ou intimidados no ambiente de trabalho nos últimos 12 meses, mas a maioria (67%) aponta que não se sente confortável para reportar comportamentos negativos para a liderança ou aos gestores de RH.

O estudo também apresenta os dados divididos por gênero, orientação sexual e etnia. Entre as mulheres, 27% apontam que foram induzidas a sentir que não pertenciam ao seu local de trabalho. Já a proporção das que acreditam que ganham menos que colegas homens em posições semelhantes é de 20%.

Entre os trabalhadores LGBTQ+ ouvidos pela pesquisa, 24% dizem ter sofrido bullying no trabalho no ano passado. Além disso, 36% acreditam ter enfrentado obstáculos em termos de ascensão profissional devido à sua orientação sexual. A pesquisa mostra ainda que as pessoas LGBTQ+ ocupam apenas 2% das posições dentro do conselho de administração das empresas, contra 9% da força de trabalho global estimada.

Já na divisão por etnia, os dados mostram que 11% que se identificam como minoria acreditam que são tratados de forma muito diferente no trabalho por causa de sua etnia. Já 13% se sentem excluídos e 28% se sentem ansiosos com frequência.

No Brasil

Considerando apenas os entrevistados brasileiros, o levantamento aponta que 35% observaram discriminação negativa em relação a outras pessoas dentro da empresa. Já a proporção dos que dizem enfrentar obstáculos em suas carreiras relacionados ao gênero, idade, etnia, orientação sexual etc é de 34%.

Com base nos relatos dos trabalhadores, a pesquisa fez ainda um ranking com os 14 países de acordo com o índice de inclusividade no trabalho. O Brasil ficou em 7º lugar. O primeiro colocado foi o Canadá e o último, o México.

"Empresas com equipes de gerenciamento mais plurais têm performance superior à média, o que resulta em crescimento e inovação. Fato comprovado no índice quando olhamos os resultados dos primeiros colocados como Canadá e EUA", disse em nota Mandy Rico, diretor global do Kantar Inclusion Index.

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