Por G1 RS


Exportações da indústria têm pior resultado em janeiro nos últimos quatro anos no RS

Exportações da indústria têm pior resultado em janeiro nos últimos quatro anos no RS

As exportações da indústria do Rio Grande do Sul tiveram queda de 39,7% em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2019. Esse é o pior resultado para o mês nos últimos quatro anos, segundo dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta segunda-feira (10).

“O ano de 2019 fechou com um recuo de mais de 11% nas exportações industriais, provocado em grande parte pela crise na Argentina, o nosso terceiro maior comprador. A queda no acumulado do ano passado seguiu curso em janeiro, mesmo com os argentinos demonstrando alguma reação, já que os embarques de produtos gaúchos aumentaram mais de 5% para o país vizinho”, explica o coordenador do Conselho de Comércio Exterior da Fiergs, Cezar Müller.

De acordo com a federação, as exportações foram prejudicadas em janeiro por causa da diminuição das vendas para China e Estados Unidos, principais compradores do estado.

O país asiático reduziu em 64,2% os pedidos, principalmente de celulose e papel (-91,7%). Já os os norte-americanos, diminuíram a compra de produtos químicos (-16,1%), de metal (-24%), e de celulose e papel (-71,1%).

Segundo a Fiergs, ainda é difícil estimar os impactos do coronavírus na economia chinesa e mundial, e que possam refletir no comércio com o Brasil e o Rio Grande do Sul.

A análise por setores mostra que, dos 23 segmentos da indústria de transformação no RS que tiveram algum embarque em janeiro, 19 registraram queda sob a base de comparação mensal.

Queda nas exportações em janeiro de 2020

Pior resultado para o mês desde 2014:

  • químicos (-21,4%)
  • tabaco (-50,2%)
  • veículos automotores, reboques e carrocerias (-30,3%)
  • celulose e papel (-88,1%),

Para a Fiergs, a queda nas exportações de produtos químicos responde à diminuição da venda de mercadorias de plásticos e produtos químicos orgânicos. Já a retração do tabaco ainda é reflexo da antecipação de embarques para os principais destinos. No caso dos veículos, o resultado se deve ao recuo de 72,3% nas exportações para Argentina, o principal destino.

Já o setor de alimentos registrou o nono crescimento consecutivo (22,9%) no mês de janeiro, na comparação com o mesmo período. A alta foi puxada pelo comércio de produtos do complexo carne: frango in natura (103,7%) e suíno in natura (71,4%), enquanto o volume exportado de carne de boi in natura (15,5%) desacelerou em relação aos últimos meses.

Para a federação, a variação positiva se deve à maior demanda chinesa, que teve um aumento de 644,4% em relação a janeiro de 2019.

Exportações de celulose registraram queda no RS — Foto: Superintendência do Porto de Rio Grande/Divulgação

Importações

O RS importou US$ 634,2 milhões em mercadorias, com retração de 11,6% ante janeiro do ano passado. Com exceção de bens de capital (+16,6%), todas as demais categorias econômicas apresentaram queda em janeiro de 2020 na comparação com o mesmo período do ano anterior:

  • combustíveis e lubrificantes (-28,8%)
  • bens de consumo (-51,4%)
  • bens intermediários (-4,4%).

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