Por G1


Imagem do momento em que a barragem B1, da Vale, se rompeu em Brumadinho — Foto: Reprodução/TV Globo

A produção de minério de ferro da Vale em 2019 somou 301,97 milhões de toneladas, queda de 21,5% na comparação com 2018, em meio a paradas de produção devido às consequências do rompimento da barragem em Brumadinho (MG) no início do ano passado, informou a companhia nesta terça-feira (11) em relatório de produção.

No quarto trimestre, a mineradora produziu 78,344 milhões de toneladas de minério de ferro, recuo de 22,4% ante o mesmo período de 2018. Já na comparação com o 3º trimestre, a queda foi de 9,6%.

Segundo a Vale, as interdições nas operações das minas de Vargem Grande, Fábrica, Brucutu, Timbopeba e Alegria, juntamente com uma "sazonalidade climática mais forte do que o normal" no 1º semestre do ano passado "causaram grandes impactos na produção", parcialmente compensados pela redução de estoques, crescimento da produção do projeto S11D, no Pará e pela retomada gradual das operações de Vargem Grande, Brucutu e Alegria.

Vendas caem 12,8%

As vendas de minério de ferro no período foram de 269,3 milhões de toneladas, com queda de 12,8% na comparação anual. Já no 4º trimestre do ano passado, houve alta de 5,2% na comparação com o 3º trimestre.

Expectativas para 2020

Em relação à retomada do patamar anterior de produção, a Vale destacou que depende da "concessão de autorizações externas para retomar a produção interrompida".

"A Vale está avançando nas discussões com a Agência Nacional de Mineração (ANM), com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais e com as empresas de auditoria externa para iniciar testes nos sites e retomar gradualmente a produção", afirmou.

A companhia projeta alcançar em 2020 uma produção de finos de minério de ferro entre 340 e 355 milhões de toneladas – patamar ainda abaixo da produção de 384 milhões de toneladas registrada em 2018.

Provisões adicionais de US$ 671 milhões para descaracterização de barragens

A Vale também informou nesta terça-feira que seu resultado do quarto trimestre de 2019 trará ajustes que elevarão em US$ 671 milhões as atuais provisões para descaracterização de barragens da companhia construídas pelo método de "alteamento a montante" – o mesmo usado na construção de barragens que se romperam em Mariana, em novembro de 2015, e em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019.

O valor inclui provisão de US$ 716 milhões para plano de descaracterização das barragens Doutor e Campo Grande e de três estruturas de empilhamento drenados e uma provisão adicional de US$ 315 milhões referentes à descaracterização de algumas barragens com diques menores.

Os valores também incluem outros US$ 87 milhões em outros ajustes de provisão e uma redução de US$ 447 milhões na provisão para descaracterização de nove barragens a montante, após o progresso das obras fornecer informações mais precisas, acrescentou a companhia.

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