Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Brics ficam com 35% das exportações do agronegócio brasileiro e fornecem 33% dos insumos

China, Rússia, Índia e África do Sul concentram em alimentos sua lista de compras no Brasil e fornecem fertilizantes e agrotóxicos

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São Paulo

O intercâmbio comercial entre os Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) é muito importante para o agronegócio brasileiro. Os participantes do grupo ficam com 35,4% das vendas externas dos principais produtos do agronegócio brasileiro.

Nos dez primeiros meses deste ano, China, Rússia, Índia e África do Sul compraram produtos no valor de US$ 27 bilhões no Brasil. Só em alimentos foram US$ 24 bilhões.

O caminho inverso também é importante. Esses países não têm grande relevância no fornecimento de alimentos para o Brasil, mas são grandes fornecedores de insumos utilizados nas lavouras brasileiras, tais como agrotóxicos e adubo.

Jair Bolsonaro, no centro, Vladimir Putin, à direita, e Xi Jinping, à esquerda, durante encontro do Brics em Brasília
Jair Bolsonaro, no centro, Vladimir Putin, à direita, e Xi Jinping, à esquerda, durante encontro do Brics em Brasília - Sergio Lima/AFP

Em insumos agrícolas, os gastos brasileiros nos demais membros do grupo somaram US$ 3 bilhões, 33% do que o país adquire no exterior nesse setor. As compras de alimentos se limitaram a US$ 498 milhões.

A China é a maior fornecedora de alimentos para o Brasil nesse grupo, mas também encabeça a lista dos principais importadores desses itens. Os chineses levam muita soja e carnes e trazem peixe e alho.

Fora do setor de alimentos, os chineses lideram compras de celulose, algodão e madeira brasileiros e são importantes no fornecimento de inseticidas, herbicidas, fungicidas e adubo.

Falta ainda nessa relação comercial entre os dois países uma abertura maior para os setores de sucos, de frutas e de farelo de soja.

A Rússia, que já deixou por aqui US$ 1 bilhão nas compras de alimentos de janeiro a outubro deste ano, fornece fertilizantes e inseticidas para os agricultores brasileiros.

Uma das tradicionais pendências entre os dois países é a questão do trigo. Os russos, exportadores do cereal, sempre pediram uma abertura para este produto no mercado brasileiro.

A Índia promete ser um país com grande potencial para o agronegócio. Por ora, no entanto, as relações comerciais nos setores de alimentos e de insumos são pequenas.

A Embrapa iniciou há dois anos um projeto de adaptação e de produção de alimentos usados em grande escala na Índia. A produção, principalmente no Centro-Oeste, será mais uma porta aberta nesse importante mercado.

Na área de insumos, os indianos são fornecedores de inseticidas para a agricultura brasileira. A África do Sul é o país do grupo com a menor relação comercial com o Brasil.

As importações de alimentos dos sul-africanos se limitaram a US$ 263 milhões neste ano, um comércio com base principalmente em carnes. Milho e café podem ter os negócios ampliados nessa relação.

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