Bolsa sobe 2,1% e atinge 83 mil pontos pela primeira vez desde abril

Sinalização de melhora no ambiente político foi responsável pelo maior apetite a risco no mercado

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São Paulo

A Bolsa brasileira encerrou esta quinta-feira (21) com alta de 2,1%, aos 83.027 pontos – patamar que não atingia desde 29 de abril, quando fechou em 83.170. O movimento veio descolado de seus pares no exterior e teve influência positiva da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores.

O volume financeiro movimentado no pregão desta quinta ficou em R$ 27,8 bilhões.

Segundo o analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro, o apoio dos governadores e do Legislativo em vetar o reajuste dos servidores públicos, somado ao fato de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu um cenário de reformas pós-pandemia, acabou aumentando o apetite de risco no mercado.

Funcionários da Bolsa de Nova York; Bolsa brasileira descolou de seus pares internacionais e teve alta de 2,1% nesta quinta-feira
Funcionários da Bolsa de Nova York; Bolsa brasileira descolou de seus pares internacionais e teve alta de 2,1% nesta quinta-feira - Michael Nagle/Xinhua

“Essa boa melhora no ambiente político, também ajudou na queda do dólar, que caminha para a pior semana do ano. Além desses fatores, pesou a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto”, afirmou.

Campos Neto afirmou que o BC pode ampliar sua intervenção no câmbio se necessário e justificou o aumento das atuações nos últimos dias pelo descolamento da moeda brasileira em relação aos pares emergentes.

Para a analista de ações da Spiti Corretora Cristiane Fensterseifer, a fala de Campos Neto de que o BC pode atuar vendendo dólar, ajudou a moeda americana a encerrar esta quinta-feira (21) com queda de 1,82%, para R$ 5,58.

“Este clima de maior alinhamento no governo ajudou a bolsa a subir hoje, e o dólar cair, levando consigo as exportadoras: Ao final do dia Suzano estava em queda de 3% e Marfrig caia 2,45% . O segmento de bancos apresentou fortes altas de até 6% e os shoppings Multiplan e Iguatemi negociavam com alta de mais de 8%”, disse.

Dentre as blue chips (ações de grandes empresas, que já possuem nome forte no mercado e negócio consolidado), os papéis preferenciais da Petrobras (sem direito a voto) caíram 0,57%, perdendo fôlego apesar dos preços do petróleo no exterior. As ações ordinárias (com direito a voto) da petrolífera, no entanto, subiram 0,35%.

Vale, por sua vez, registrou queda de 2,61%, também na contramão dos futuros do minério de ferro, que fecharam acima dos US$ 100 por tonelada ante preocupações sobre um possível aperto na oferta brasileira ante o agravamento da crise do coronavírus.

No setor financeiro, Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco registraram avanços de 7,06%, 5,55% e 5,74%, respectivamente.

No exterior, as bolsas americanas fecharam em queda: S&P caiu 0,78%, Dow Jones recuou 0,41% e Nasdaq, 0,97%.

(Com Reuters)

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