Demanda global de veículos permanece em baixa

Dados da Acea mostram principais mercados mundiais em desaceleração

Por REDAÇÃO AB
  • 20/09/2019 - 18:57
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
  • 2 minutos de leitura

    O balanço semestral da demanda global de veículos feito pela Acea, associação que reúne as fabricantes de veículos na Europa, e divulgado em um relatório na sexta-feira, 20, mostra um quadro apático nos mercados mundiais, com baixas demandas em todas as regiões. O próprio Velho Continente amarga uma queda de 4% do volume total de licenciamentos no primeiro semestre na comparação com mesmo período do ano passado. Fatores como a baixo desempenho da Europa Ocidental, o impasse do Brexit sem acordo iminente e a contínua contração do mercado na Turquia são apontados como os principais motivos pelo declínio na região.

    A situação não é das melhores em outras partes do mundo, principalmente na América do Norte e na Ásia. A guerra comercial entre Estados Unidos e China tem influenciado os baixos índices de confiança em ambos, o que respinga nos resultados do varejo. As vendas da América do Norte também recuaram quase 4% na primeira metade do ano, enquanto na Ásia, a queda foi de quase 11%, catapultada pela retração de 14,4% registrada na China – que sozinha representa 26,5% do mercado global de veículos.

    Oriente Médio e África amargam juntos volume 22% menores de vendas de automóveis no primeiro semestre.

    A América do Sul, com participação de 4,6% do mercado de veículos leves, registrou licenciamentos 6,1% menores na primeira metade do ano. Embora o Brasil seja um ponto fora da curva – os emplacamentos cresceram 12,6% no período – não foi o suficiente para encobrir o desastre da queda das venda na Argentina, puxando o resultado da região para baixo.

    O quadro resulta em uma queda total de 8% da demanda global de automóveis no mundo inteiro, que não ultrapassou as 37,2 milhões de unidades. Na primeira metade de 2018, esse volume era de 40,4 milhões. Com isso, a produção global de veículos declinou praticamente na mesma proporção, com queda de 7,3% e 37,7 milhões de automóveis fabricados.





    Se por um lado as vendas totais de veículos diminuíram, a análise detalhada do mercado europeu mostra um avanço significativo da participação de modelos com propulsão alternativa, que envolve carros híbridos, híbridos plug-in e os totalmente elétricos movidos a bateria. No primeiro semestre, as vendas desses modelos superaram as 724 mil unidades, representando crescimento de 27,5% no comparativo anual.



    A Acea divulga em seu relatório a projeção da IHS Markit para a produção de veículos comerciais de carga em 2019, cuja estimativa aponta para queda em quase todos as regiões, exceto a América do Norte, onde as vendas devem ser ampliadas em 5%, com 4,8 milhões de unidades (inclui picapes grandes) e na América do Sul, cujo mercado deve encerrar o ano com volume praticamente estável e leve crescimento de 1%.