As máquinas agrícolas ficam maiores e mais pesadas. Os produtores, para aproveitar melhor a janela ideal de plantio, se utilizam cada vez mais de sementes precoces, que encurtam o período da safra.
O resultado é que as máquinas, mais pesadas, entram no campo para a colheita ainda em períodos úmidos. Na sequência, também em um período de solo úmido, entram os tratores, da mesma forma pesados, para o plantio.
Aos poucos, e muitas vezes sem o produtor perceber, aumenta a compactação do solo, o que resulta em uma perda de produtividade.
Para detectar esse fenômeno e orientar os produtores sobre a necessidade de um bom manejo do solo, pesquisadores da Embrapa estão utilizando a combinação de imagens de drones e de satélites para monitorar os sistemas de produção no campo. Eles querem criar padrões para um acompanhamento contínuo do que ocorre nas lavouras e no solo.
Esse é um dos projetos que Júlio Franchini, pesquisador da Embrapa Soja (PR), está desenvolvendo em Sertaneja, em Sertanópolis, em Primeiro de Maio e em Cambé, cidades no norte do Paraná.
A área avaliada é de 250 mil hectares, e o foco é acompanhar o manejo de solo feito pelo produtor. O desenvolvimento desse projeto pode dispensar a vistoria a campo e permitir a ampliação do controle para as outras regiões do estado.
As imagens do satélite têm uma amplitude maior, mas resolução e visibilidade menores. Há períodos em que as nuvens dificultam a visibilidade das imagens por até um mês.
O drone permite imagens mais nítidas e sem interferência de nuvens. Elas identificam o início do processo de compactação ou de erosão.
Entre os cuidados com o solo está o aumento da palhada, e a Embrapa recomenda o consórcio entre milho e braquiária por duas ou três safras, ou o plantio isolado do capim no período da segunda safra.
A palhada tem uma grande importância no solo, segundo Franchini. Em uma área com consórcio de milho e de braquiária, a raiz da soja chega a ter dois metros na safra seguinte. Sem o consórcio, fica em apenas 70 centímetros.
Para o pesquisador, isso faz uma diferença muito grande para a planta, principalmente em período de pouca chuva.
A braquiária abre espaço poroso para que a planta desenvolva as raízes. A taxa de infiltração de água no solo é duas vezes mais quando feito o consórcio. Além disso, ela enfraquece o desenvolvimento das ervas daninhas, como buva e capim amargoso.
A qualidade do manejo tem piorado no Paraná, devido à baixa diversificação de culturas. E o foco do projeto é apontar soluções.
A Embrapa tem o apoio da usina de Itaipu, interessada na qualidade do solo. Quanto menor a erosão no Paraná, menores os problemas para a represa e para as turbinas.
As conclusões da Embrapa são levadas ao produtor via Emater paranaense, atualmente renovada e oxigenada, segundo Franchini.
A empresa de pesquisa repassa, ainda, resultados dos estudos para técnicos, cooperativas e contatos diretos com os produtores em “Dias de Campo” ou em feiras.
Ritmo menor
As exportações de algodão diminuíram 35%, neste mês, em comparação com as de janeiro, mas ainda mantêm elevação de 96% em relação às de fevereiro do ano passado, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex)
Os estoques globais de suco brasileiro em poder das empresas associadas à CitrusBR somaram 854 mil toneladas no fim do ano passado, 42% mais do que em igual período de 2018.
As exportações da segunda semana deste mês perderam o ritmo acelerado da primeira, mas ainda estão aquecidas.
Quanto foi
Segundo a Secex, o país exportou 26% mais carne de frango neste mês do que em janeiro. As vendas de carnes bovina e suína subiram 15% e 14%, respectivamente, no mesmo período.
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