Por Valor Online


Antes ainda do cenário de pandemia, a produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira vinha mantendo trajetória de fraca recuperação, segundo o documento “Produtividade na Indústria”, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira (29), com dados relativos a 2019.

O indicador manteve, pelo segundo ano consecutivo, crescimento abaixo de 1%, com variação de 0,6%, na comparação com 2018. Com a crise decorrente da pandemia do coronavírus, as perspectivas para 2020 são de queda na produtividade.

“Os primeiros impactos negativos sobre a economia brasileira devem aparecer já nos dados de março, quando foram adotadas medidas de isolamento social no país por tempo indeterminado”, diz a entidade.

A produtividade do trabalho é a razão entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção. Em 2019, a quantidade de bens produzidos pela indústria de transformação quase não variou (0,2%), enquanto as horas trabalhadas apresentaram queda de 0,5%.

No ano passado, apesar da recuperação da demanda interna, os estoques em níveis acima do desejado, na primeira metade de 2019, reduziram o estímulo à produção. Do lado externo, a crise na economia argentina reduzia a demanda por produtos manufaturados brasileiros, e tensões comerciais aumentavam as incertezas. Esse cenário contribuiu para o comportamento oscilante da produção industrial e para a retomada lenta do investimento, o que resultou em crescimento baixo da produtividade.

O documento aponta que o impacto final da pandemia sobre a economia, o investimento e a produtividade, e o cenário de recuperação dependem de variáveis ainda pouco conhecidas: “da duração do isolamento social no país e no mundo e da eficácia das medidas do governo para mitigar os efeitos da crise sobre a população e as empresas”, afirma a CNI.

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