Por Paula Salati, G1


Companhias que são lideradas por uma CEO têm mais mulheres em cargos de gerência sênior do que as empresas com um homem no cargo de direção-executiva, segundo mostra o Índice de Igualdade de Gênero (GEI) de 2020 da Bloomberg, divulgado nesta terça-feira (21).

O GEI acompanhou informações de 325 empresas de 50 setores distintos, com sede em 42 países e regiões. Na sondagem deste ano, foi apontado ainda que as organizações lideradas por mulheres também tinham mais delas entre os 10% mais remunerados, em relação às empresas lideradas por homens – além de mais mulheres em papéis geradores de receita.

No levantamento deste ano, as empresas também forneceram informações como a probabilidade de uma mulher permanecer empregada após a licença-maternidade (82%), a disponibilidade de salas de amamentação no local de trabalho (69%) e custeio de programas de educação para mulheres (64%).

As companhias incluídas no índice são de grande porte e têm valor de mercado de US$ 12 trilhões, ante US$ 9 trilhões das companhias participantes do ano passado. No GEI de 2019, o número de empresas participantes e países no índice era menor: 230 companhias, em 36 países.

Empresas como Itaú Unibanco, Bradesco, Banco Santander, Goldman Sachs e Nestlé participam do GEI.

Geraldo Coelho, chefe de vendas da Bloomberg para a América Latina, disse que a política global da empresa em apoiar a redução da desigualdade de gênero também inclui o Brasil.

“No Brasil, refletindo a política global da empresa, também estamos comprometidos em promover igualdade de oportunidades e salários, certos de que a diversidade no ambiente corporativo é necessária e benéfica de várias maneiras ”, afirma Coelho.

"Para o Santander, divulgar publicamente nossos dados por meio do Índice de Igualdade de Gênero da Bloomberg é um passo importante não apenas na avaliação de nossas práticas internas, mas também para ajudar-nos a entender como está nossa performance na comparação com os pares", disse Ana Botin, presidente-executiva do Santander.

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Foco na diversidade

O GEI de 2020 revelou ainda que 64% das empresas que possuem um diretor de diversidade (CDO) tinham maior probabilidade de terem metas de inclusão social nas análises de desempenho da gerência: 59% contra 20% das companhias sem cargos direcionados para este tema.

As empresas com um diretor de diversidade também eram mais propensas a exigir uma lista mais diversa de candidatos a cargos de gerência: 67% contra 31% sem um líder voltado para a área.

O foco dessas empresas também está clientela, com a maior parte delas mais preocupada com o tema em seus materiais de publicidade e marketing. Das empresas incluídas no índice, 78% avaliam seus materiais de marketing pelo viés de gênero, ante 68% no ano passado.

Além disso, quase metade (46%) das companhias mede a retenção de clientes do sexo feminino, enquanto 57% rastreiam a satisfação do cliente por gênero.

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Empresas reportam metas públicas

Pela primeira vez, o GEI acompanhou quais empresas estavam reportando, publicamente, objetivos para diminuir a diferença de gênero. Uma parcela de 39% das companhias têm metas públicas para aumentar a liderança feminina, enquanto 16% anunciaram planos públicos sobre como planejam reduzir a diferença salarial.

“Embora ainda haja um longo caminho a percorrer pela paridade de gênero no local de trabalho, a divulgação pública de dados relacionados a gênero permite às empresas compartilharem as melhores práticas e promoverem a abordagem de diversidade e inclusão de seu setor”, disse Lorraine Hariton, Presidente e CEO da Catalyst, uma organização sem fins lucrativos que trabalha para o progresso das mulheres no trabalho.

"O Índice Bloomberg de Igualdade de Gênero está traçando o caminho para a divulgação dessa área, ajudando a impulsionar mudanças de cima para baixo em alguns dos maiores empregadores do mundo".

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