• Micaela Santos
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Empresários usando máscaras no escritório por segurança durante situação epidêmica (Foto: Getty Images)

Diante da crise global sem precedenes, a Deloitte formulou uma sugestão de plano que envolve principalmente as áreas financeira e de capital humano nas companhias (Foto: Getty Images)

A empresa de auditoria e consultoria Deloitte divulgou recentemente uma plano de ação para auxiliar empresas na continuidade dos negócios em meio à crise provocada pela pandemia de coronavírus. O estudo conta com recomendações para seis áreas prioritárias e que podem ser executadas durante os 100 primeiros dias da crise.

"Os impactos do coronavírus levaram à uma crise sem precedentes. Embora muitas empresas tenham comitês de crise e áreas de risco para lidar com situações de emergência, era impossível prever a dimensão desta pandemia e seus impactos sociais e na saúde das pessoas", afirma Ronaldo Fragoso, sócio da Deloitte para a crise de covid-19. "O plano de 100 dias foi pensado como um modelo de gestão para a crise do coronavírus, que envolve principalmente as áreas financeiras e de capital humano e permite que as empresas se organizem para atravessar essa fase aguda da crise."

O estudo engloba as frentes de governança da crise, gestão de pessoas, impactos financeiros, cadeia de suprimentos e operações, clientes e receitas e tecnologias e meios digitais.

De acordo com a consultoria, o plano pode ser executado em três fases:

- A primeira, chamada de resposta, recomenda que a empresa prepare e gerencie a continuidade do negócios em meio à crise;

- A segunda é focada na recuperação do negócio e envolve as áreas críticas e ações necessárias.

- A última é a fase de sustentação, na qual a empresa pode planejar a volta à normalidade em um novo contexto. 

Para Luiz Rezende, sócio de consultoria tributária da Deloitte, toda a cadeia que compõe a empresa, como fornecedores e funcionários, precisam compreender que o momento é atípico e de grande desafio. "É preciso entender que essas ações visam preservar um bem maior, que é a preservação de empregos e continuidade dos negócios. Por isso, é essencial a colaboração entre todas as áreas", explica.

Ronaldo Fragoso ressalta que existem uma série de alternativas que as empresas podem adotar em meio à crise que não sejam a demissão de profissionais. "Se a primeira resposta da empresa for o corte de funcionários, isso pode trazer impactos negativos lá na frente, e fazer com que a empresa não consiga a recuperação necessária para sair da crise."

Outra recomendação é que as empresas estabeleçam planos de sucessão e prevenção para lideranças e equipes técnicas, revisem as políticas de licenças, viagens, mobilidade local e global, e se comuniquem com a frequência necessária, nos momentos necessários e de forma transparente com as equipes.

Impactos financeiros

Entre as recomendações para lidar com os aspectos financeiros da pandemia, os especialistas destacam a aquação entre receita, custo e resultado na gestão dos impactos financeiros. Além disso, o estudo também aconselha a negociação de termos e alternativas de financiamento mais flexíveis e de curto prazo com credores. 

"É importante a atenção constante no 'caixa' da empresa e nos recursos necessários para enfrentar a crise", afirma Rezende. "Além disso, as empresas precisam rever as despesas operacionais e de investimento, focando no que é necessário para a sobrevivência. Tudo o que não for imprescindível precisa ser deixado de lado."

Ouça o nosso podcast sobre como uma boa gestão pode ajudar as empresas a superar a crise: