Raquel Landim

Jornalista especializada em economia, é autora de ‘Why Not’, sobre delação dos irmãos Batista e a história da JBS.

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Só a reforma da Previdência não basta, diz Pastore

Para inverter tendência de queda da renda per capita, Brasil deve aumentar produtividade

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Tive a honra de assistir nesta quinta-feira (6) a um seminário em homenagem aos 80 anos do economista Affonso Celso Pastore. Na pauta, as principais preocupações de sua vida acadêmica e profissional: política fiscal, política monetária e crescimento.

No pequeno auditório em São Paulo, estavam presentes profissionais que marcaram a história recente do Brasil: Delfim Netto, Armínio Fraga, Persio Arida, Carlos Langoni, Edmar Bacha, José Roberto Mendonça de Barros, Gustavo Franco, Marcos Lisboa, entre tantos outros. 

O economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central - Zanone Fraissat - 16.jan.17/Folhapress

Todos ali para prestar um tributo ao professor, que foi presidente do Banco Central na década de 80. Ele ajudou a domar a dívida externa, que assolava o país na época, mas sua maior contribuição não é essa. 

Sua maior contribuição é a influência que exerceu e exerce em toda uma geração de economistas, que não “consertou” o Brasil, mas, sem dúvida, o colocou num rumo melhor, apesar de todos os pesares. 

No intervalo entre os debates, aproveitei para junto com um colega jornalista perguntar a Pastore sua avaliação sobre a economia brasileira hoje. E ele demonstrou - mais uma vez - que está sempre  caminhando um passo a frente.

Afirmou que a reforma da Previdência é essencial para reduzir os riscos fiscais e permitir que os empresários voltem a investir, mas não é suficiente. Disse que, para inverter a tendência de queda da renda per capita, o Brasil precisa aumentar sua produtividade.

“O governo tem que começar a efetivamente governar”, afirmou Pastore, referindo-se aos fracos resultados dos primeiros cinco meses do governo Jair Bolsonaro. E citou como exemplo que é fundamental que o governo implemente uma reforma tributária, que simplifique o sistema e desestimule a guerra fiscal, na qual até mesmo o governo de São Paulo ingressou.

Aos 80 anos, Pastore continua meticuloso na análise dos dados, preciso na análise da economia, disposto a contribuir com o debate e otimista com o Brasil - mesmo em uma tempo de economia frágil e governo despreparado para lidar com os desafios do país. É um privilégio aprender com ele. 

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